terça-feira, 29 de agosto de 2017

Como fazer Avaliação Diagnóstica



Como fazer Avaliação Diagnóstica
 Como fazer Avaliação Diagnóstica
 http://www.sosprofessor.com.br/blog/como-fazer-avaliacao-diagnostica/
Início do ano, turma nova, Escola nova, enfim, como começar o trabalho com os alunos?
Nem pense em iniciar o trabalho pedagógico partindo da premissa do que você ACHA que os alunos já sabem. É preciso investigar, avaliar, levantar o que de fato a turma já sabe e o que ainda ela não sabe.
O instrumento para fazer isso é realizar a Avaliação Diagnóstica, que tem o objetivo de verificar a presença e a ausência dos pré-requisitos de aprendizagem adquiridos, ou não, na série anterior.
Não há um modelo de Avaliação Diagnóstica, cada Professor, conforme sua disciplina e os pré-requisitos que precisam ser trazidos da série anterior, é quem elabora atividades que levantem o que o aluno sabe e o que ele ainda não aprendeu.
1) Quando e porquê realizar a Avaliação diagnóstica:
.    Realizada no início do curso, período letivo ou unidade de ensino
.    Tem a intenção de constatar se os alunos apresentam ou não domínio dos pré-requisitos necessários (conhecimentos e habilidades) para novas aprendizagens, caracterização de eventuais problemas de aprendizagem e suas possíveis causas (cognitivo)
.    Função: diagnosticar
.    Serve para identificar alunos apáticos, distraídos, desmotivados (comportamentos)
De posse dos resultados da avaliação diagnóstica será possível o Professor ajudar os alunos das seguintes formas:
.    Estimular o relacionamento entre os alunos, através de jogos e atividades dinâmicas
.    Criar intervenções pedagógicas específicas que auxiliem o aluno a superar dificuldades
.    Criar Rotinas  que reforcem o comportamento positivo dos alunos
.    Realizar mudanças no ambiente da sala de aula que favoreça o aprendizado
.   Adotar novas práticas de ensino que estimulem a participação da turma
2) O QUE AVALIAR: Levantar Pré-Requisitos da série anterior
Muitos Professores sempre mandam email pedindo modelos prontos de avaliação diagnóstica. Creio que isso deve-se ao fato de que, para o Professor, não há a clareza do que ele deve levantar neste tipo de avaliação.
Quando você conhece o que deve diagnosticar, basta você criar atividades pertinentes a sua disciplina, e isso é algo que você já está acostumado a fazer quando elabora as tarefas, as provas, as dinâmicas, os textos, os vídeos, enfim, quando você elabora a sua aula.
Você precisa ter claro que deve verificar os objetivos e metas a serem atingidos na série atual, e levantar quais são os pré-requisitos que o aluno já deve ter adquirido na série anterior.
Por motivos óbvios, não é possível fazer neste artigo, um detalhamento de todos os pré-requisitos para todas as disciplinas e séries, porém a título de ilustração, tomarei como exemplo um aluno que ingressa no 6º. Ano, e que o Professor de Matemática precisa levantar se este aluno traz os pré-requisitos necessários para cursar o 6º. Ano e atingir os objetivos estabelecidos para esta série.
– Situação :  O  Aluno está matriculado no 6º. Ano (verificar quais são os objetivos desta série no que refere-se  à   Matemática).
– Levantar quais são os pré-requisitos que esse aluno deve ter , em Matemática, ao chegar no 6º. Ano
– Exemplos de pré-requisitos que o aluno já deve trazer do 5º. Ano em Matemática:
. Operações Fundamentais
– adição, subtração, multiplicação e divisão
– algoritmos das operações fundamentais
– utilização das operações fundamentais como ferramenta para a resolução de  problematizações
– cálculo mental
. Frações
– conceito e representações
– leitura e escrita
– comparação de frações
– frações discretas e contínuas
– cálculo de fração de quantidade
– frações equivalentes
– simplificação
– operações com frações
– resolução de problemas envolvendo frações
. Porcentagem e Gráficos:
– conceito de porcentagem a partir das frações decimais
– cálculo de porcentagem através de frações equivalentes
– resolução de problemas envolvendo cálculos de porcentagem
– desenvolvimento de procedimentos e estratégias para coleta de dados e informações em pesquisa de diversas naturezas
– construção de procedimentos de apresentação de dados coletados
– construção, leitura e interpretação de diferentes tipos de representações gráficas (barra, linha, setores)
. Geometria: Medidas, Formas e Construções Geométricas
– conceitos: ponto, linha, superfície, vértice, aresta, ângulo
– linguagem geométrica
– polígonos
– triângulos e quadrilátero
– propriedades dos triângulos
– conceitos: escalas e simetria
– construções geométricas com o auxílio do compasso e do transferidor
– ampliação e redução de figuras
– sólidos geométricos
3) Como Avaliar: Instrumentos de avaliação
Existem diversos recursos  e práticas de ensino disponíveis que podem ser utilizados no momento da avaliação diagnóstica. Idealmente, selecione mais de um dos instrumentos abaixo :
.      Pré-teste;
.      Auto-avaliação;
.      Observação;
.      Relatório;
.      Prova;
.      Questionário;
.      Acompanhamento;
.     Discussão em grupo;
.     Estudos de caso (análise de estudos de casos com o objetivo de identificar como o aluno  responde à avaliação);
.     Fichas de avaliação de problemas (trabalhar com modelos de fichas de avaliação), etc.
A utilização dos instrumentos deve ser adequada ao contexto em que o professor se encontra. Por exemplo, aulas com muitos alunos inviabilizam a avaliação por observação ou  acompanhamento, enquanto que disciplinas práticas possibilitam esses instrumentos de avaliação.
Não se surpreenda se, ao analisar os resultados levantados na Avaliação Diagnóstica você tenha de fazer ajustes no Planejamento. Afinal, quando o Planejamento é criado, o aluno ainda não foi avaliado, e portanto, o Planejamento é elaborado com base em um aluno “ideal”, e portanto, é um Planejamento longe da realidade dos alunos, pois o Professor o elabora baseado em  suposições e não em dados reais.
O fato é que, quando as aulas começam a situação mostra-se outra: alunos  com defasagens de aprendizado, com dificuldades em determinados conteúdos, e sem os pré-requisitos necessários para cursar aquela série.
E antes que você reclame que realizar a Avaliação Diagnóstica é uma “perda” de tempo porque você tem que “dar conta” do Planejamento até o final do ano, já lhe aviso: o objetivo maior que você deve cumprir é  criar todas as condições para que todos os alunos adquiram as competências necessárias de aprendizado e não apenas para cumprir o Planejamento.
Por isso mãos à obra: comece o planejamento pela Avaliação Diagnóstica. Já diz o ditado “ Se você falha em não planejar, você com certeza, já planeja falhar”.
Aguardo seus comentários no blog.

tESTE DAS QUATRO PALAVRAS E UMA FRASE

Exemplo de teste das quatro palavras e uma frase


Apontador, caneta, lápis, giz

Cutuvelo, cabeça, boca, mão
Joaninha, girafa, pato, rã

O teste (sondagem) das quatro palavras:
1. Escolha 4 palavras de mesmo grupo semântico ex.: brinquedos, corpo humano, animais...
2. Organize em ordem decrescente de sílabas: quatro, três, duas e uma sílaba.
3. Elabore uma frase simples (para não complicar a criança) com uma das palavras escolhidas
4. Chame a criança uma por uma e afaste tudo que ela possa ver que tenha letras, e deixe que ela escreva o nome somente ao final do teste, principalmente nos pré silabicos para que eles não repitam somente as letras do nome.
5. Dite sem induzir ao som por exemplo: escreva e-le-fan-te
6. Simplesmente diga escreva a palavra elefante
7. Se a criança perguntar a palavra dite da mesma forma.
8. Tenha calma e procure manter a criança como se ela estivesse fazendo uma tarefa qualquer
9. Quando ela terminar de escrever peça para que leia a palavra indicado com o dedo ou subilhando a forma como está lendo.
10. Assim que a criança entregar o teste faça suas anotações no próprio teste assinalando como e onde foi verificado cada atitude da criança, isto facilita o Diagnóstico

Fazer o teste com ou sem figura?
O teste é sem figura é um ditado individual, é que com tem criança quando for dito leia o que você escreveu a criança tende a olhar o desenho e dizer, sem uma leitura ou esforço de lembrar as palavras.
A vantagem de fazer o teste com figura é que se torna mais rápido, o aplicador não precisa ficar repetindo evitando de induzir o ditado e o aluno poderá pintar depois o que deixa o deixa mais seguro por que pode manusear a atividade.

LIVRINHO DE DIVISÃO - 96 CONTINHAS

LIVRINHO DE DIVISÃO - 96 CONTINHAS

              SÓ TEM UM JEITO DE  APRENDER DIVISÃO:
DIVIDINDO MUUUUUUUUITO!

PROFESSORES, ELABOREI ESTE LIVRINHO DE DIVISÃO PARA QUE OS ALUNOS PRATIQUEM E NÃO ERREM MAIS!

PARA CASA OU PARA CLASSE,
VOCÊ DECIDE!




DIAGNÓSTICO DE LEITURA E ESCRITA

DIAGNÓSTICO DE LEITURA E ESCRITA

ELABOREI ESSAS ATIVIDADES PARA OS ALUNOS DO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL, TENDO COMO  OBJETIVO PRINCIPAL,  DIAGNOSTICAR A HABILIDADE DE LER E LOCALIZAR INFORMAÇÕES EXPLÍCITAS EM PEQUENOS  TEXTOS, TENDO EM VISTA QUE ESSA É UMA DAS PRIMEIRAS HABILIDADES QUE O ALUNO DEVE POSSUIR. 


QUANTO A PRODUÇÃO DE TEXTO, PROCUREI CRIAR VÁRIAS SITUAÇÕES DE ESCRITA PARA QUE O ALUNO TENHA A OPORTUNIDADE DE DEIXAR BEM CLARO O DOMÍNIO QUE POSSUI A RESPEITO DA ESCRITA.


AO ENTREGAR A ATIVIDADE PARA OS ALUNOS, O PROF. NÃO DEVERÁ LER O TEXTO E NEM AS QUESTÕES, CASO CONTRÁRIO, HAVERÁ PREJUÍZO  NO DIAGNÓSTICO.


SEGUE UMA PLANILHA CONTENDO AS HABILIDADES QUE CONTEMPLAM ESSE DIAGNÓSTICO PARA QUE O PROF. POSSA TER O REGISTRO DA SITUAÇÃO GERAL DA SALA. 


BOM TRABALHO!!!! 



Qual é o preparo necessário para incluir um estudante com deficiência?

Qual é o preparo necessário para incluir um estudante com deficiência?

 

Apesar do consenso de que a participação das pessoas com deficiência é um direito inquestionável, muitos professores e gestores escolares ainda resistem, declarando-se despreparados para concretizá-la. Até mesmo educadores que se dizem favoráveis à inclusão de pessoas com deficiência admitem exceções, alegando não terem o “preparo necessário”.

Já em 1994, a Declaração de Salamanca Site externo enfatizava de forma quase redundante que “educação para todos efetivamente significa para todos”. Requisitos, restrições e exceções são inerentes à lógica da integração. Na inclusão, todos têm direito à educação. E “todos” significa todos. Simples assim. E não se trata só de acesso. A Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência Site externo, ratificada no Brasil com equivalência de emenda constitucional em 2008, garante participação efetiva, sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades, para o pleno desenvolvimento do potencial do educando.
Mas tal garantia não indica que a escola saberá, de antemão, como fazer isso. Até porque isso nem seria possível. Durante muito tempo, acreditava-se que era possível generalizar pessoas e, assim, padronizar estratégias terapêuticas e pedagógicas a partir de um mesmo quadro diagnóstico. Atualmente, já sabemos, por experiência, que essa noção é no mínimo simplista. Ainda que apresentem pareceres diagnósticos absolutamente iguais, duas pessoas podem reagir às mesmas intervenções de maneiras (bem) diferentes. Ou seja, a ideia do preparo prévio nada mais é que um mito.
Não há “receitas prontas” nesse sentido. O ativo é a presença. Ou seja, a escola não tem mesmo como saber, antecipadamente, como proceder com uma criança ou adolescente com base em seu diagnóstico. E isso não se aplica somente a pessoas com alguma deficiência, já que a diferença é própria da condição humana. O processo de aprendizagem de cada estudante é singular.

O mito do preparo

A ideia de que a escola precisa, antes, estar pronta, para depois receber os alunos com deficiência é baseada em uma expectativa ilusória de um saber pronto capaz de prescrever como trabalhar com cada criança. Vygotsky enfatiza que a condição humana não é dada pela natureza, mas construída ao longo de um processo histórico-cultural, pautado nas interações sociais realizadas entre o homem e o meio. Ou seja, o preparo do professor no contexto da educação inclusiva é o resultado da vivência e da interação cotidiana com cada um dos educandos, com e sem deficiência, a partir de uma prática pedagógica dinâmica que reconhece e valoriza as diferenças. Não há especialização capaz de antever o que somente no dia a dia poderá ser revelado.
Além disso, a insegurança expressa no argumento da falta de preparo revela, muitas vezes, a fragilidade da escola em lidar com a diferença. Por trás do discurso aparentemente “responsável” de que as escolas não estão prontas para receber determinados alunos por serem incapazes de suprir suas necessidades, de lidar com as suas dificuldades e de oferecer recursos ou pessoal adequados, está, muitas vezes, a noção de que alguns estudantes não são ou não estão aptos a frequentá-las devido a suas condições, o que remete à lógica da integração.

Como incluir um aluno que desafia a escola?

A educação inclusiva é um processo contínuo e dinâmico, que implica a participação de todos os envolvidos, inclusive do próprio educando. Por isso, é importante, antes de qualquer coisa, garantir sua presença na escola. Para que a equipe pedagógica possa conhecê-lo bem e assim buscar identificar meios de garantir sua inclusão efetiva.
Em uma das respostas à pergunta “Como fazer adaptações curriculares para alunos com deficiência intelectual?”, do fórum da Comunidade DIVERSA, a assessora em Educação Inclusiva Marília Costa Dias enfatiza a importância de isso acontecer de modo colaborativo. Todos os envolvidos, inclusive a família, precisam participar desse processo investigativo. Marília aponta também a importância de “oferecer apoios aos estudantes que precisam de algum tipo de ajuda para realizar as propostas” a fim de garantir o “direito à igualdade de oportunidades”, reiterando que “é preciso conhecer muito bem os alunos para saber qual é o apoio que necessitam”. A propósito, a Convenção da ONU, já mencionada, garante medidas de apoio para pessoas com deficiência, no âmbito do sistema educacional geral, objetivando sua “inclusão plena”. A principal medida de apoio é o atendimento educacional especializado (AEE).
Uma escola inclusiva é uma escola que inclui a todos, sem discriminação, e a cada um, com suas diferenças. Perseguindo a aprendizagem de forma ampla e colaborativa, oferecendo oportunidades iguais para todos e estratégias diferentes para cada um, de modo que todos possam desenvolver seu potencial.

Raquel Paganelli é mestre em educação inclusiva pelo Instituto de Educação da University College of London, atua nas áreas de consultoria e formação de professores e faz parte da equipe DIVERSA.
© Instituto Rodrigo Mendes. Licença Creative Commons BY-NC-ND 2.5 Site externo. A cópia, distribuição e transmissão dessa obra são livres, sob as seguintes condições: Você deve creditar a obra como de autoria de Raquel Paganelli e licenciada pelo Instituto Rodrigo Mendes Site externo e DIVERSA.

5 princípios para a hora de pensar numa sondagem na alfabetização

Blog de Alfabetização
foto Mara Mansani
Mara Mansani

5 princípios para a hora de pensar numa sondagem na alfabetização

Sondagem é a atividade de diagnóstico das hipóteses de escrita de cada aluno de uma turma de alfabetização e é usada para avaliar a evolução do processo de aprendizagem. Consiste em uma produção espontânea de uma lista de palavras, sem apoio de qualquer fonte e nem intervenção do professor, e pode ser seguida ou não pela produção escrita de alguma frase.

Acha difícil fazer isso? Nunca fez e nem sabe como? Faz sempre, mas tem dúvidas? Organizei um passo a passo de como faço essa atividade e elenquei dicas que, a meu ver, fazem a diferença! Vamos lá.

1) Para começar, me preocupo em criar um ambiente agradável para desenvolver a sondagem, orientando a proposta com calma e naturalidade. Crio também um contexto para o ditado. Se as palavras escolhidas são ingredientes para um lanche, por exemplo, digo: “A professora Lúcia vai fazer um piquenique com os alunos. Vamos escrever a lista dos ingredientes que eles precisam comprar para preparar os lanches”.

2) Não deixo de colocar palavras que julgo difíceis para as crianças escreverem porque os desafios colaboram com a reflexão sobre o sistema de escrita. Se a turma é de alfabetização inicial, não escolho palavras que tenham vogais repetidas nas sílabas, como em batata. Isso porque, por exemplo, se o aluno estiver na fase silábica com valor sonoro, pode ser que se utilize somente de vogais para escrever e não vai aceitar uma palavra que pode ser escrita assim: AAA.

3) Na sondagem, o ideal é que os alunos escrevam da melhor maneira possível e sem interferências, para que saibamos realmente em que fase estão e  o que pensam sobre as escritas. Em outros momentos, claro que não deixo de fazer as intervenções necessárias para a escrita correta das palavras.

4) Nas turmas de alfabetização inicial, faço o ditado para um aluno por vez, ou, no máximo, para três alunos. Ao acompanhá-los de perto, posso fazer perguntas e entender o motivo de suas escolhas na escrita. Não perco informações importantes sobre como pensam a construção da escrita e ainda faço anotações que vão ser úteis no processo de avaliação durante o ano. Se na turma houver alunos na fase silábica alfabética ou alfabética, dito para um número maior de alunos, pois esses escrevem com um pouco mais de autonomia.

5) Quando são muitos alunos na turma, peço o auxílio de outro professor ou do coordenador pedagógico de minha escola para realizar a sondagem. Afinal, faço parte de uma equipe escolar.

Estes são os princípios que sigo para pensar na sondagem. Se você quiser ver um  diagnóstico que planejei, preparei um documento com três etapas para inspirá-lo. Ele está abaixo e também disponível para download neste link.

1° passoEscolho cinco palavras de um mesmo campo semântico (mesma área de conhecimento ou assunto), e faço um ditado seguindo essa ordem: primeiro uma polissílaba, depois uma trissílaba, uma dissílaba e uma monossílaba. Por exemplo: se o tema são materiais escolares, sugiro que escrevam apontador, cadernos, régua, giz. Depois das palavras, dito uma frase utilizando uma dessas palavras, como: “Eu vou cuidar de meus cadernos com capricho”.



Distribuo metade de uma folha de sulfite aos alunos, cortada no sentido horizontal, sem desenhos, pauta nem texto. Peço que escrevam as palavras que vou ditar, uma abaixo da outra, como em uma lista.

Não marco a divisão de sílabas das palavras ao ditar, como A-PON-TA-DOR. Isso pode mascarar resultados e, consequentemente, minha análise, pois pode indicar que o aluno se encontra em uma hipótese que ainda não está – como a hipótese silábica, por exemplo. Também não corrijo palavras.

No processo de alfabetização, os alunos  pensam quais e quantas letras são necessárias para escrever as palavras, então é preciso que suas escritas sejam com letras de forma maiúsculas, pois os caracteres são isolados e o traçado é mais fácil e simples do que a letra cursiva.

Ao final, peço que escrevam também o nome completo e que coloquem a data. Se não estiver legível, anoto o nome e a data no verso.

2° passoEnquanto dito as palavras para os alunos, observo de que maneira eles optaram por escrever cada uma. Se possível, anoto logo em seguida, alguma descoberta feita ou dúvida surgida dos alunos ou minha. Essas anotações enriquecem esse processo de diagnóstico, de avaliação da aprendizagem e me guiam para os próximos caminhos a percorrer.

3° passoAnaliso os resultados encontrados com a minha coordenadora pedagógica. Se preciso ou tenho dúvidas, utilizo a tabela de mapeamento das hipóteses dos alunos sobre o sistema de escrita, já publicada aqui por NOVA ESCOLA. Nela encontro também as características de cada hipótese. Em seguida, organizo as sondagens feitas em forma de portfólio. Esse suporte dá uma visão única e global de cada aluno. Além de guiar meu trabalho com os alunos, esta análise vai ser referência para a organização dos agrupamentos produtivos dos alunos e irá facilitar meu trabalho em sala de aula.

Me conte nos comentários como você tem planejado seus diagnósticos.

Obrigada e até mais!
Mara Mansani

 


DISLEXIA



A Dislexia do desenvolvimento é considerada um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. Essas dificuldades normalmente resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem e são inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitivas. (Definição adotada pela IDA – International Dyslexia Association, em 2002.
Essa também é a definição usada pelo National Institute of Child Health and Human Development – NICHD).

 Possíveis Sinais

Alguns sinais na Pré-escola
  • Dispersão;
  • Fraco desenvolvimento da atenção;
  • Atraso do desenvolvimento da fala e da linguagem
  • Dificuldade de aprender rimas e canções;
  • Fraco desenvolvimento da coordenação motora;
  • Dificuldade com quebra-cabeças;
  • Falta de interesse por livros impressos.
 
Alguns sinais na Idade Escolar
  • Dificuldade na aquisição e automação da leitura e da escrita;
  • Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras);
  • Desatenção e dispersão;
  • Dificuldade em copiar de livros e da lousa;
  • Dificuldade na coordenação motora fina (letras, desenhos, pinturas etc.) e/ou grossa (ginástica, dança etc.);
  • Desorganização geral, constantes atrasos na entrega de trabalho escolares e perda de seus pertences;
  • Confusão para nomear entre esquerda e direita;
  • Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas etc.;
  • Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou longas e vagas;
Próximo passo: diagnóstico
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DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM

Dificuldade de Aprendizagem na Leitura e na Escrita

RESUMO
A presente monografia tem como objetivo expor as dificuldades das crianças nas séries iniciais, com o processo de aquisição da linguagem escrita. O trabalho de pesquisa foi realizado através de observação para análise de atividades feitas em sala de aula por alguns alunos e do trabalho de uma pedagoga. Sabemos que é um grande desafio fazer com que o aluno passe espontaneamente para a linguagem escrita o que se ouve e o que se fala. A compreensão e valorização das funções sociais da escrita é uma aprendizagem ligada aos planos conceitual, procedimental e atitudinal, que pode ter início desde os primeiros momentos da chegada da criança à escola e deve continuar até o final de sua formação estudantil. Uma conclusão a que considero relevante, é de que a escola necessita criar ambientes alfabetizadores, para que com a visualização e familiarização da linguagem escrita desenvolve na criança uma habilidade autônoma. A psicopedagoga é um campo que detecta as dificuldades encontradas pelos alunos no ensino-aprendizagem e procura colaborar com a instituição no sentido de reforçar e auxiliar a equipe docente para sanar essas dificuldades. A escola ideal é aquela que visa o bem-estar do aluno, compreendendo suas necessidades e respeitando suas diversidades individuais no sentido de alcançar os ideais almejados como uma educação de qualidade para todos.
Palavras chaves: Dificuldade de Aprendizagem na Leitura e na Escrita

1. INTRODUÇÃO
É interessante analisar as dificuldades de aprendizagem encontradas na trajetória escolar das crianças, principalmente nas séries iniciais. Sabemos que eles surgem envolvendo vários aspectos como sociais, culturais e pedagógicos. Abordarei alguns caminhos que possam contribuir na aprendizagem e na prática pedagógica. Procurarei na medida do possível estimular e fornecer conhecimento que promova a leitura na vida de cada criança, para que seu crescimento pessoal e a realização de seu projeto de vida venham concretizar com qualidades e sucesso.
A importância da leitura deverá ser mostrada, enfatizando desde cedo para que o envolvimento seja considerável um salto no desenvolvimento da pessoa. A criança descobre que o domínio desse sistema complexo fornece novos instrumentos de pensamento e registros de novos conhecimento e formas de organizar a ação.
Com embasamento nessa perspectiva, deve ficar claro que a aprendizagem da leitura é um processo complexo que envolve vários sistema e habilidades, lingüísticas, perceptivas, motoras cognitivas e, não se pode esperar, portanto, que seja determinado um único fator como responsável pela dificuldade para aprender. Na verdade, os distúrbios de aprendizagem dependem de causas múltiplas, cabendo aos profissionais que realiza os diagnósticos, o evidencia mento da área mais comprometida e, conseqüência, a recomendação da abordagem terapêutica, mas indicada para a superação das dificuldades. Este estudo vem ampliar a visão entendimento de como-se da aquisição da leitura, requerendo novas técnicas, novos olhares de pais, e da sociedade que exige da escola, novos horizontes para amenizar as dificuldades de aprendizagem contribuindo assim, para o sucesso do ensino escolar, garantindo a qualidade e a permanência desse ciclo de formação.
Diante da realidade educacional vivenciada alguns anos de trabalho são comuns depara com criança que só copia, mas não lê, não produz a escrita sem ajuda do professor. Essa dificuldade vem cada vez, aumentando o fracasso e o abandono escolar. Para explicar e entender essas dificuldades na aquisição da leitura e da escrita busca suporte teóricos que possibilitarão conhecimento que possam contribuir ou amenizar situações em sala de aula.
A relação entre o ensino e aprendizagem é fator complexo, pois diversos fatores de ordem social, político, econômico interferem na dinâmica da sala de aula, isto porque a escola não é uma instituição independente. Esse processo depende primeiramente do aprendizado que realiza num determinado grupo cultural, a partir da interação com outros indivíduos. O papel fundamental na conquista deste código escrito, e o preparo do educador alfabetizador, na compreensão do processo, as etapas, as hipóteses levantadas e considerar a criança como um ser presente. Com posse destes dados o educador tem a possibilidade de planejar as atividades que estejam condizentes com os níveis de desenvolvimento cognitivo de seus alunos.
Mas deixando claramente que aprendizagem da leitura da escrita é um fator que envolve vários sistemas e habilidades, por isso não se podem esperar, um único e determinado fator como responsável pela dificuldade para aprender. Acredito que, a única maneira de se reverter essa situação é buscar as reais causas das dificuldades da aprendizagem.
Toda criança tem possibilidades para aprender, e gostam de fazer, e quando isto não ocorre, é porque alguma coisa não está indo bem. Neste momento, é necessário que tanto os professores como os demais profissionais responsável pelo processo de aprendizagem, se questionem a cerca dos fatores que podem estar contribuindo para não aprender. È um trabalho de interpretação, compreensão e conhecimento relativo da criança. O que se acredita serem aspectos de grande importância para todos os que estão comprometidos com o processo educativo.
Atualmente não só no Brasil, como em outras culturas, a um aumento significativo de crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem, embora sejam possuidoras de habilidades cognitivas para um desempenho acadêmico satisfatório. Essa problemática tem estado presente em vários debates, estudos, congressos e seminários. È um fator que tem recebido atenção de vários profissionais da área educacional e médica, sendo que os mais relevantes são ligados de forma integrante à criança, enquanto ser envolvido e sob influências merecedoras de atenção, como a de seus familiares, de seu meio social e da própria escola. È tarefa relevante do professor e da escola transmitir o ensino às crianças de maneira adequada facilitando à aprendizagem de forma a se reduzir o fracasso escolar e estimular a aprendizagem, assim como oferecer à criança possibilidades de sucesso, o que provavelmente lhe proporcionará auto-conceito satisfatórios.
Analisando os fatores relacionados ao sucesso e ao fracasso acadêmico
Podemos citar três vários interligados, denominadas de controle ambiental e social, contexto psicológico e contexto metodológico.
O fator ambiental e social é muito importante para aprendizagem, pois a origem da criança é altamente responsável pela suas atividades de segurança, de confiança no desempenho de suas atividades e na aquisição de experiência bem sucedidas, o que faz a criança obter conceitos positivos sobe si mesmo, é o que está à sua volta.
Como evidenciar a leitura psicológica à criança, um ser dotado de possibilidades a serem desenvolvidas de seus próprios valores e significados, faz parte de sua vivencia cultural a espontaneidade, a liberdade, avivacidade, porém, é um ser demasiadamente sensível às influências e estruturas do ambiente onde está inserida.
O desenvolvimento e aprendizagem, segundo a abordagem sociocultural, também são concebidos como processos que se efetivam na cultura. Nesse sentido o desenvolvimento e aprendizagem são interagem desde o primeiro instante de vida, uma vez que não há como se desenvolver sem a participação do aprendizado. A aprendizagem, nessa concepção, mobiliza o desenvolvimento. No entanto, não se podem fundir esses processos em uma única dados a suas particularidades, mesmo em constante interação, o desenvolvimento e aprendizagem.
Daí a necessidade de continuar investigando este tema produzindo conhecimento que nos leve aos saberes racionais, instrumentalizar professores nas escolas brasileiras e com certeza, o quadro do fracasso escolar será alterado no futuro.

2. DIFICULDADES DA APRENDIZAGEM DA LEITURA E NA ESCRITA
O estudo deste tema é muito abrangente, pois analisaremos não apenas o desempenho das crianças com dificuldades acentuadas de aprendizagem, mas vários aspectos da tarefa de aprender e escrever que podem constituir obstáculos para o aprendiz, o que são capazes de aprender, fazendo abordagens nos sistemas familiares, social e o sistema de ensino que é a escola.
Na tentativa de compreender o fracasso escolar, foram analisados os aspectos sociais, escolares e psicolingüísticos. O peso do ambiente escolar contribui para o fracasso escolar.
A metodologia aplicada por memorização compulsiva e repetição não contextualizada, a maneira de se expressar dos professores rotulando ou classificando alunos bons e alunos maus. Apesar da prática pedagógica direcionada através de efeitos de Matheus descrito por Stanovich “os ricos se enriquecem e os pobres se empobrecem, mais, no entanto alguns alunos obtêm sucesso”.
A aprendizagem é vista como apreensão ou assimilação de normas lingüísticas impostas pelo sistema social é uma tarefa de conceitualização, caracterizando-se como a compreensão dos princípios organizada da língua, por parte dos aprendizes.
Na teoria cognitiva busca a origens das dificuldades de aprendizagem da leitura e da escrita, na inteligência, na percepção, na integração de sentidos auditivos, visuais, na memória imediata, na atenção seletiva e na linguagem, ou seja, naquilo que ela denomina a déficits cognitivos.
Sendo assim, aprender a ler e a escrever é muito mais que adquirir habilidades básicas. É principalmente construir, obter e atribuir sentido e significado a aprendizagem. Para isso, enfatiza-se a criação de contexto social (zonas de desenvolvimento proximal) nos quais as crianças aprendam ativamente a usar, provar e manipular a linguagem, colocando-a serviço atribuição de sentido ou da criação de significado. (Gomes e Faria Filho, 1997).
Para que a criança consiga construir esse conhecimento ela passa pela uma organização ou hipóteses até que consiga dominar o conhecimento específico das letras. Os níveis são. Pré - silábico e silábico - alfabético.
E importante enfatizar com os próprios alunos qual é a importância de aprender a ler e escrever. As crianças que já segmentavam as palavras produzidas alfabéticas e as crianças que ainda não segmentavam produziram escritas pré – silábico sem e com valor silábico - alfabético.
A escola deve valorizar toda e qualquer tentativa de escrita, pois é nesse momento que a criança que esta compreendendo esse sistema escrito.
O grande mito que sustenta a cultura do fracasso escolar é a classificações de bons e maus alunos, pois só contribuem para aumentar o índice do insucesso escolar. Pois esses conceitos são relativos, assim como são relativos conceitos de: certo e errado, de normais e anormais etc. Na vida, isso depende de muitos fatores e contextos.
Podemos estar criando nas escolas, situações de interação, de aprendizagem e de avaliação condizentes com o contexto cultural de sua clientela e propiciadoras da aquisição do conhecimento indispensável ao sucesso escolar.
Foram realizados vários estudos para entender, o não obter o sucesso na escola. Tal análise foi desenvolvida para explicação do fracasso escolar, também salientamos aqui que houve criticas em uma tentativa de superação de uma pela outra. Podemos verificar que, é possível extrair do conjunto de concepções alguns aspectos que, em maior e menor escala, estão presentes em todas elas.
  • Problema localizado no aprendiz – segundo a concepção organicista o aprendiz já nasce com essa responsabilidade instalada em seu celebro. É inteligência do aprendiz esta comprometida. A concepção dos transtornos afetivos da personalidade a ponta como fatores determinantes da não aprendizagem, as perturbações afetivas e características da personalidade, indicando que tais sintomas podem afetar o campo cognitivo do aprendiz. As explicações decorrentes das teorias handicap socioculturais atribuem à criança que fracassa na escola deficiências, carências ou diferenças que vão desde comparações e atribuições valorativas de seus hábitos cotidianos até sua incompetência lingüística.
  • Maturidade – seria outro fator determinante no processo. Na teoria organicista a maturidade se apresenta como natureza física – neurológica.
  • Ausência de abordagens – relacionadas às especificidades da língua, linguagem oral escrita, e conseqüentemente do próprio objeto de aprendizagem. Ou seja, não se considera a escrita como objeto de conhecimento do processo de aprendizagem da mesma.
  • As teorias se encontram vinculadas nas práticas escolares na consagração ideologia dominantes.
  • O preconceito lingüístico - está presente nas práticas escolares se apresenta como grande fator de discriminação das crianças das camadas desfavorecidas da sociedade como aponta Soares (1985, p. 17) ”é o uso da língua na escola que evidencia mais claramente as diferenças entre o grupo sociais e que gera discriminação e fracasso”.
E fracasso acima citado fundamenta-se em pesquisas, em análise de alunos que fracassaram na escola e passaram oito a nove anos na sala de alfabetização e não conseguiram o sucesso. Essas dificuldades de aprendizagem, não são sós problemas pessoais, mas a um conjunto de condições socioculturais e, sobretudo, que dificultam ou até impossibilitam sua inserção nos processos de aprendizagem escolar. Para Cordié (1996) existe uma amplitude maior da questão do que aquela aparentemente mostrada pelos sujeitos envolvidos:
O fracasso escolar é uma questão complexa cujas causas são múltiplas e diversas, umas estão ligadas á própria estrutura do sujeito, outras dependem doa acontecimentos. O fato de elas intrincarem e agirem umas sobre as outras não ajuda em nada a compreensão do fenômeno. O resultado disso é que cada um projeta seus fantasmas e inventa remédios para esse novo flagelo social: É culpa do governo, da sociedade, da Educação Nacional, dos pais. É preciso apenas... Rever a pedagogia, aumentar as verbas.
Esse trabalho sobre o fracasso escolar não tem em si mesmo uma definição clara. Os conceitos, por elas construídas são resultantes, na maioria das vezes vindo da própria, juntamente com estudos da área médica, muitos deles já desacreditados, em virtude de sua inconsistência conceitual e metodológica.
Deve perceber que o fracasso escolar não este limitado a um só fator e nem acontece por acaso. Ele é datado, como nos mostra Cordié, quando discute a dimensão do fracasso escolar na sociedade:
O fracasso escolar é uma patologia recente. Só pode surgir com a instauração da escolaridade obrigatória no fim do século XIX e tomou um lugar considerável nas preocupações de nossos contemporâneos em conseqüência de uma mudança radical da sociedade. Também neste caso não é somente a exigência da sociedade moderna que causa os distúrbios, como se pensa muito freqüentemente, mas um sujeito que expressa seu mal-estar na linguagem de uma época em que o poder do dinheiro e o sucesso social são valores predominantes. A pressão social serve de agente de cristalização para um distúrbio que se inscreve de forma singular na história de cada um (1996, p. 17).
Mas a pressão social imposta sobre esses “fracassados” pode não só definir e estabelecer normas, como organizá – los dentro de um padrão de “certo e errado”, enquadrando-os nessa perversa realidade. O fracasso escolar cria normas e valores segundo uma necessidade social e um padrão de homem socialmente desejado.
Talvez pudéssemos pensar que essas crianças, que não tenha conseguido aprender somente na escola, talvez estejam procurando mostrar, com essa recusa de aprender, uma situação que esta latente. Eles parecem negar não apenas o que lhes é ensinado, mas as situações diversas em que se dá a aprendizado escolar. Essa atitude pode significar uma fuga inconsciente das situações vivenciadas por esses sujeitos, das quais o conhecimento escolar seria uma forma de manifestação. Para Cordie, “aprender implica um desejo, um projeto, uma perspectiva, não é apenas compreender”. (Cordie, 1996, p.27.)
A busca de saber e a busca de construção do sujeito poderiam ocorrer conjuntamente, mas muitos não conseguem vivenciar os dois processos ao mesmo tempo. Poderíamos deduzir que isso ocorre tento em vista a rigidez do tempo escolar, o excesso de regras, a estagnação dos conteúdos, o pouco espaço para conversas e brincadeiras como componentes complicadores do processo.
È possível encontrar na teoria psicanalítica e no discurso de uma criança em estudo, pontos convergentes que nos possibilitam pensar sobre erros escolares.
No artigo “O mecanismo psíquico do esquecimento”, de 1915, Freud escreve “entre os vários fatores que contribuem para o fracasso de uma recordação ou para a perda de memória, não se deve menosprezar o papel desempenhado pelo recalcamento”. Segundo o pai da psicanálise, o fato de esquecermos algo - em geral nomes próprios, intenções, conhecimentos ou outras coisas corriqueiras – denuncia a ligação do conteúdo esquecido com algo que possa trazer uma sobrecarga de desprazer. Os fatos que ela não podia saber e que agora sabe estariam sendo transportados à matemática, ocorrendo o que a psicanálise denomina deslocamento.
Em A interpretação de sonhos Freud (1987) desenvolveu o conceito de deslocamento no processo de formação do sonho, sendo este entendido como algo que retorna do recalcado. O resultado desse deslocamento é uma diferença entre conteúdo e o pensamento do sonho. Assim, as imagens do sonho não se ligam diretamente ou de maneira clara àquilo que o sonho traz e causa sofrimento ao sujeito. Esse processo, que resulta em distorção do sonho, é promovido pela censura a fim de garantir um à defesa psíquica, já que aquilo que está sendo censurado o é algo com qual o sujeito não podem lidar.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O rendimento escolar insatisfatório, em especial, de um grande número de alunos nos primeiros anos, tem sido uma preocupação e um dos grandes desafios para os educadores.
Em especial no caso de escolas públicas, no Brasil um grande, número de alunos tem apresentado dificuldades de diferentes tipos e rendimento insatisfatório em relação a padrões definidos pela escola.
Diante do quadro que se apresenta, é compreensível que um grande número de estudiosos e pesquisadores, em especial nos últimos anos, venha-se dedicando ao investigar e discutir as razões que contribuem para que algumas crianças tenham sucesso e outras não.
Apesar de toda a abrangência e complexidade do fenômeno da construção da aprendizagem, do conhecimento, estou buscando suportes para compreender as questões que envolvem esse processo.
Enfatizarei a importância deste processo na vida social do cidadão brasileiro, no âmbito social na nossa realidade exige pessoas alfabetizadas ou letradas capacitadas para atuar no campo profissional.
Após ter acesso às várias informações e contribuições, sobre o tema pude verificar que os mesmos são mencionados diferentemente pelos estudiosos, nomeando-se como: fraturas no processo de aprendizagem, distúrbios, problemas, sintomas, fracasso escolar, dificuldades, insucesso, aprendizagem mal sucedida, não aprender e não aprendizagem.
Estudiosos têm argumentado que investir em atendimento clínico ou institucional ao aluno com tais dificuldades teve-se uma significativa ampliação do trabalho para o psicopedagogo. Pode-se constatar, nesses anos, o aumento de clínicas de atendimento psicopedagógico, como também expansão por parte dos graduados por uma melhor qualificação profissional.
Os artigos mostram a necessidade de se trabalhar com as potencialidades das crianças, a partir dos seus conhecimentos prévios, numa perspectiva de letramento, da maneira que os usos e funções da escrita e da leitura estejam presentes no processo de alfabetização. Todos eles apontam à necessidade de se reverem práticas pedagógicas calçadas na memorização excessiva e de a escola abrir-se pela a escuta dos problemas de seus alunos com perspectiva de promovê-los, integrá-los na sociedade antes que os mesmos abandonem a instituição escolar e entre para o mundo da criminalidade.
Prática social esta sendo entendida como toda experiência, caracterizada por todas as relações entre os homens na produção social de sua existência. Nessa prática produzem-se tantos bens materiais – as riquezas – como os não – matérias – a ciência, o patrimônio cultural – da humanidade construída pelos homens em suas ações coletivas.
Hoje, torna-se urgente pensarmos a educação escolar cada vez mais comprometida com a vida social e cultural, voltada para o desenvolvimento da criatividade, da crítica e de posturas éticas perante o mundo.
Entretanto, é necessário criar as condições concretas para que as mudanças ocorram e alcancem a melhoria da qualidade do ensino, sem propiciar e nem provocar baixas na auto-estima, sentimento de desvalia e outros sentimentos gerados pelos atos de classificar, reprovar e excluir as pessoas.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Escola Ciclada de Mato Grosso — Novos tempos e espaços para ensinar – aprender a sentir, ser e fazer. 2ª Edição. Secretaria de Estado de Educação, Cuiabá, 2001.
FERRERO: Emilia. Alfabetização Em Processo, 15ª Edição --São Paulo: Cortez, 2004.
_______________Reflexões Sobre Alfabetização, 24ª Edição-Questão da Nossa Época, Cortez, 2005.
GOMES: Maria de Fátima Cardoso e SENA: Maria das Graças de Castro. Dificuldades de Aprendizagem na Alfabetização, 2ª Edição, Linguagem & Educação: Belo Horizonte Autêntico. 2002.
MEIRIEU: Philippe. Aprender... Sim, Mas Como? 7ª Edição – Artmed, Porto Alegre, 1998.
MORAIS: António Manuel Pamplona. Distúrbios de Aprendizagem: uma abordagem psicopedagógico, 5ª Edição Revista e Ampliada. Edicon - Editora e Consultoria Ltda. São Paulo, 1986.
SOUZA: Evanira Maria de. Problemas de Aprendizagem, Crianças de 8 a 11 anos. Cadernos de Divulgação Cultural. 1ª Edição. EDUSC Editora da Universidade do Sagrado Coração. 1996.

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terça-feira, 28 de março de 2017

Alfabeto Dora


Primavera e vida- Poesia

Primavera e vida
(Fábia Lima)


A vida é como a primavera
Precisamos esperar passar as estações,
Enquanto aguardamos na espera
Enchendo de espera os corações!
Há momentos, é verdade...
O inverno escuro e sombrio
Sonhos na bagagem,
Corpos frágeis e com frio.
O vento balança folhas secas
Sem rumo são levadas,
E nos perdemos nas escolhas
Durante a caminhada.
A vida é como a primavera
O sol nasce, as flores também,
Rosas, violetas, amarelas...
Amores que nos fazem bem!
O sorriso brilha diferente,
Com o mesmo olhar que ontem chorou,
Tudo se transforma com o tempo
Brotando no peito um novo amor!
A vida é como a primavera,
Deixando belo o jardim
E o beija flor espera
Para fazer sua declaração
Beijando cada rosa
Compondo versos e prosas,
Na essência do refrão.

Cadeira de asas- Poesia

Cadeira de asas
(Fábia Lima)


Ela chegou com olhar estranho,
de forma tímida observando o lugar,
a cada passo dado
era um passo no ar.

Primeiro dia de aula,
fotografando tanto semblante
com apenas cinco anos, Maura
se apresenta como cadeirante.
A professora comprimentou feliz
e fez a apresentação,
tocou em seu nariz,
pegou em suas mãos...
A dinâmica é a mesma
ao término da canção,
falar dos sonhos
dando asas a imaginação.
Maura surpreende a todos,
quando chega sua vez de falar,
"quero pilotar avião
quando me formar!"
"Aos dois anos de idade
Minha família foi acidentada,
perdir a Irmã mais velha,
fiquei desacordada.
Quando acordei no hospital
papai e mamãe me olhavam
ouvindo a moça de avental,
Como a mamãe chorava!
Com semblante triste
o médico chegou para anunciar,
a notícia chocante:
Maura não poderá andar!
Com o rosto banhado em lágrimas,
papai se pôs a chorar,
Foi aí que disse a ele:
"__ agora vou voar!"
Compre a cadeira de rodas,
preciso levantar...
Ah! Quero um empurrãozinho
para ver o mundo girar,
Por favor agurdem na platéia
para ver Maura voar!!!

A verdadeira amizade- Poesia



A verdadeira amizade
Amigo é tesouro sem preço
Joia rara de valor
Seu coração é o endereço
Da confiança e do amor.
A verdadeira amizade
É de graça e sincera
Estende as mãos na dificuldade,
É pura e bela.
Ser amigo requer compreensão,
Saber ouvir, saber falar,
Não importa a situação,
O verdadeiro amigo sabe confiar.
A amizade verdadeira
Sofre para não machucar
E tem sempre por companheira
O lema de perdoar.
Aquele abraço na hora certa
O sorriso, aperto de mão,
O bom amigo manifesta
Com pureza de coração.
A canção diz: ...”sete chaves...”
Para dentro de o peito guardar,
Eu, porém, volto a dizer
Amigo de verdade
Não há chave
Que o possa prender.
Seu valor é bonito,
Está além do infinito
É preciso dar para ter.
(Fábia Lima)

Mariana e o mundo (Poesia)



Mariana e o mundo
(Fábia Lima)

Sentada a beira da porta
Mariana observa o sol se por,
Em sua frente à visão da horta,
Molhada pelo seu avô.
Todos os dias no mesmo lugar,
Podemos ver a menina
Firme no horizonte a olhar,
Quem sabe, ela imagina...
O que está por trás das montanhas?
Talvez uma cidade de sonhos e fantasia,
As vezes o olhar fica tristonho,
Outras, de agonia.
Assim, no mesmo ritmo a noite vem
Mudando o semblante da menina
Deixando no olhar além
Coisas que se imaginam.
No outro dia os pássaros cantam
Acorda sorridente a menina,
Ansiosa ela levanta
Desvendando as cortinas.
Abre a janela e sente a brisa
Breve o horizonte a chama
Senta na porta e nos convida
A ver o mundo Mariana.