sexta-feira, 23 de novembro de 2012

DEFICIÊNCIA e INCLUSÃO SOCIAL

 

Alfabeto Braille

O Braille é composto por 6 pontos, que são agrupados em duas filas verticais com três pontos em cada fila (cela Braille). A combinação desses pontos forma 63 caracteres que simbolizam as letras do alfabeto convencional e suas variações como os acentos, a pontuação, os números, os símbolos matemáticos e químicos e até as notas musicais. Para os cegos poderem ler números ou partituras musicais, por exemplo, basta que se acrescente antes do sinal de 6 pontos um sinal de número ou de música.



Todo dia 04 de janeiro comemora-se o dia do "Sistema Braille"



(P.S. O Sistema Braille são pontos em relevo que são lidos pelo deficiente visual através do tato; pessoas videntes não devem utilizar o tato para a leitura, podem utilizar a visão, pois, não tem o tato desenvolvido o suficiente para este tipo de leitura. Para isso se faz necessário a estimulação tátil)

A HISTÓRIA DO ALFABETO BRAILLE:
Alfabeto Braille foi criado a partir de código da Marinha francesa.
O alfabeto dos cegos foi criado por um francês, Louis Braille, a partir de um código da Marinha francesa, que possibilitava a leitura de mensagens durante à noite, em lugares onde qualquer luz denunciaria a posição dos navios de guerra.
Aquele menino era natural de uma pequena aldeia a leste de Paris, onde nasceu a 4 de Janeiro de 1809. Era o filho mais novo de Simão, o correeiro da localidade, e de Mônica. Tinha um irmão e duas irmãs. A sua vida foi uma vida humilde. Das mais modestas.Aos três anos de idade ,quando brincava na oficina do pai, aquele menino feriu-se num dos olhos. A infecção progrediu, transmitiu-se ao olho são, vindo o pequeno a ficar completamente cego algum tempo depois. Pouco deve ter conservado em termos de imagens visuais ou de recordações dos rostos e dos lugares que rodearam a sua infância. O nome desse menino ? Louis Braille .
A partir de 1819 Louis Braille viveu uma vida de internado na Instituição dos Jovens Cegos, que foi para ele como que um segundo lar. Mas passava as suas férias em sua terra natal.
No próprio ano em que Louis Braille foi admitido como aluno da Real Instituição, o capitão de artilharia Carlos Barbier de la Serre começou a interessar-se pela escrita dos cegos.
Apaixonado pelos problemas da escrita rápida e secreta, Carlos Barbier ideou um processo, que foi evoluindo ao longo de sucessivos aperfeiçoamentos, destinado a velar o segredo das mensagens militares e diplomáticas. Em determinada fase da sua evolução o processo aparece na forma de uma sonografia constituída por 36 sinais representativos de outros tantos sons e distribuídos por 6 linhas de 6 sinais cada uma, formando igual número de colunas. Bastava indicar, por dois algarismos, a linha e a ordem que o sinal nela ocupava para facilmente o identificar.
Numa outra fase desta evolução Barbier teve a ideia de designar as coordenadas dos seus símbolos sonográficos por certo número de pontos (indicativos da linha e da coluna a que o símbolo pertencia) colocados em duas filas verticais e paralelas. Assim, por exemplo, o sinal que estivesse em última posição na segunda linha seria representado por dois pontos na fila vertical esquerda e seis pontos na fila vertical direita.
Neste ponto da sua evolução a sonografia de Barbier estava concebida e realizada para que os videntes se entendessem no que concerne à escrita secreta por meio de pontos, que deviam fazer-se com o lápis ou a pena.
Mas, sendo Barbier capitão de artilharia, algum dia terá pensado na necessidade de os oficiais em campanha expedirem mensagens na obscuridade. Assim, em novo aperfeiçoamento, introduziu os pontos em relevo para ir ao encontro dessa necessidade. Barbier inventou um pequeno instrumento por meio do qual, com auxílio de um estilete, podiam gravar-se no papel todos os símbolos do seu sistema. E deu o nome de escrita nocturna sem lápis e sem tinta a esta sonografia mais aperfeiçoada. A escrita nocturna podia até tornar possível decifrar mensagens no escuro, contando os pontos com os dedos.
Em Março e Abril de 1821, depois de ter experimentado com alguns cegos, Carlos Barbier foi recebido na Instituição e apresentou a sua escrita nocturna . Mas as grandes dimensões dos caracteres tornavam difícil conhecê-los ao primeiro contacto táctil e lê-los sem ziguezaguear com o dedo através das linhas.
Por outro lado, os princípios fonéticos em que o sistema assentava faziam dele, apesar dos seus méritos, um sistema pouco prático.
O sistema de Barbier nunca foi usado na Instituição, mas constituiu a base dos trabalhos que Louis Braille realizou por volta de 1825. Louis Braille reconheceu que os sinais com mais de três pontos em cada fila ultrapassavam as possibilidades de uma única percepção táctil. Tratou, pois, de lhes reduzir as proporções, de modo a obter sinais que pudessem formar uma verdadeira imagem debaixo dos dedos. Além disso, criou uma convenção gráfica, atribuindo a cada símbolo valor ortográfico e não fonético, em perfeita equivalência com os caracteres vulgares.
Aponta-se geralmente o ano de 1825 como a data do aparecimento do Sistema Braille, mas só em 1829 Loui Braille publicou a primeira edição do seu Processo para Escrever as Palavras, a Música e o Canto-Chão por meio de Pontos, para uso dos Cegos e dispostos para eles , a que deu forma definitiva na segunda edição publicada em 1837.
Em Coupvray permaneceram os restos mortais de Braille desde 10 de Janeiro de 1852, já que a sua morte se verificou em Paris, a 06/01/1852 , aos 43 anos de idade, vítima de tuberculose.
No centenário da sua morte, em 1952, representantes de quarenta países foram em romagem a Coupvray, ao túmulo de Louis Braille, e acompanharam a transladação do seu corpo para o Panteão dos Homens Ilustres. Era o reconhecimento da França, para quem o nome de Braille é um raio do esplendor da intelectualidade e do humanismo francês.
Era a gratidão dos cegos de todo o mundo, para quem Braille, mais do que um nome, é um símbolo. Símbolo da emancipação conquistada, para todos os cegos, por um dos seus.
O problema da educação dos cegos só ficou satisfatoriamente resolvido com a invenção e adopção do Sistema Braille - processo de leitura e escrita por meio de pontos em relevo hoje empregado no mundo inteiro.
O Sistema Braille é um modelo de lógica, de simplicidade e de polivalência, que se tem adaptado a todas as línguas e a toda a espécie de grafias. Com a sua invenção, Louis Braille abriu aos cegos, de par em par, as portas da cultura, arrancando-os à cegueira mental em que viviam e rasgando-lhes horizontes novos na ordem social e moral.
Assim como a escrita convencional abriu um novo mundo para o homem comum, o Braille fez o mesmo para os portadores de deficiência visual. E mais, o Sistema Braille impulsionou uma revolução para os deficientes visuais, através dele as pessoas cegas podem resgatar sua cidadania. Alfabetizando-se elas tem condições de estudar e estudando tem mais chances de conseguir emprego e ter um emprego significa estar socialmente incluído e ser independente.

Nenhum comentário: