segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR

Podemos observar que brincar não significa apenas recrear, é muito mais, pois é
uma das formas mais complexas que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e
com o mundo.
O empenho dos adultos em estimular os bebês a interagirem com aqueles que lhe
são próximos (cantando ou embalando-os ao som de cantigas, dizendo parlendas que
terminam por cócegas no corpo do bebê, acionando jogos variados com cores, luzes,
timbres, etc.) e com seus brinquedos, é uma forma espontânea de iniciação ao ato
lúdico. Por exemplo: os pais e avós costumam brincar com a criança pequena fazendo-a
montar “a cavalo” em sua perna e avançar por pequenos saltos de seu tornozelo ao
joelho e vice-versa. Maiorzinha, a criança ganha um cavalinho-de-pau e simula o
impulso de andar do cavalo e a partir daí a criança identifica o animal em revistas, na tv
e no jardim zoológico. O ato de brincar assim evolui, altera-se de acordo com os
interesses próprios da faixa etária, conforme as necessidades de cada criança e também
com os valores da sociedade a qual pertence.
Cada vez mais reconhecidas como fonte de benefícios para as crianças, as
brincadeiras tradicionais vêm recebendo a valorização de pais, educadores e
recreacionistas. Conscientemente, muitos procuram contrapor-se à super oferta de
produtos lúdicos comercializados pela indústria especializada, com a transmissão de seu
legado cultural às novas gerações. A programação curricular tem, assim, incluído várias
dessas atividades lúdicas, especialmente nas escolas infantis e nas primeiras séries do
primeiro grau.
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A tradicionalidade com que tais brincadeiras se mantêm em nossa sociedade
atestam sua importância no processo histórico-cultural. O significado da atividade
lúdica para a criança está ligado a vários aspectos: o primeiro deles, é o prazer de
brincar livremente; seguem-se o desenvolvimento físico que exige um gasto de energia
para a manutenção diária do equilíbrio, do controle da agressividade, a experimentação
pessoal em habilidades e papéis diversificados, a compreensão e incorporação de
conceitos, a realização simbólica dos desejos, a repetição das brincadeiras que permitem
superar as dificuldades individuais, a interação e a adaptação ao grupo social, entre
outros.
As brincadeiras variam de uma região para outra e adquirem peculiaridades
regionais ou locais. No entanto, é possível reconhecer uma mesma brincadeira e
identificar as variantes surgidas, as fusões ocorridas no decorrer do tempo. Muitas
atividades desaparecem quando deixam de ser funcionais aos grupos lúdicos, podendo
vir a reaparecer em novas combinações.
Existe uma pluralidade de ações lúdicas praticadas espontaneamente pelas
crianças. Elas contribuem para o desenvolvimento de habilidades psicomotoras,
cognitivas e também para a afetividade recíproca, a interação social, estabelecendo
laços de amizade entre os companheiros de folguedos. Nas brincadeiras, a criança
experimenta sentimentos diferentes (amor, confiança, solidariedade, união, proteção;
mas, pode também sentir inveja, frustrações, rejeição, entre outros). Quase sempre
existe o incentivo à curiosidade, o estímulo à descoberta, à competição, propondo
vivências que traduzem simbolismos do mundo adulto e do mundo infantil, onde a
criança interage, busca soluções, coloca-se inteira, manipula problemas, descobre
caminhos, desenvolve-se como ser social exige sua participação ativa no processo para
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um crescimento sadio, liberador de energias e de conflitos, onde o equilíbrio pode ser
encontrado no dia a dia.

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