quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Como encarar o processo de avaliação do aluno?




Como encarar o processo de avaliação do aluno?

Continuando a reflexão iniciada ontem sobre Planejamento Escolar e procurando  responder aos questionamentos de uma de nossas colegas de trabalho segue nossa contribuição sobre o tema avaliação
Trata-se de uma abordagem crítica e reflexiva sobre o assunto procurando o despertar do professor para uma nova forma de olhar esse processo .
Avaliação, aos meus olhos, é um processo que envolve não apenas a conceituação e classificação das competências do aluno, mas envolve significativamente o professor. Envolve-o na reflexão sobre suas ações e sua prática frente à sua turma. Envolve-o no que diz respeito a si mesmo e ao outro.
Certo é que urge ressignificar a prática da avaliação. Mas como fazê-lo?
Para HOFFMANN (1996):
Historicamente, a avaliação na Educação Infantil desponta como um “elemento” de controle sobre a escola e sobre as professoras que se vêem com a tarefa“de formalizar e comprovar o trabalho realizado via avaliação das crianças
Verdadeiramente , é triste constatar que a forma como a avaliação vem sendo vista ao longo dos anos pelos profissionais da área é de caráter obrigatório e impositivo, tornando assim a prática, aos olhos de muitos enfadonha, desnecessária e repugnante.
Mas, até onde a avaliação é apenas um entrave, uma formalização, um preencher de fichas sem fim?
Até o ponto em que o professor internaliza essas informações como verdadeiras.
A avaliação é um recurso de ensino, é necessária, é mesmo essencial para uma boa prática. O professor que avalia seu aluno conhece seus avanços, observa suas dificuldades e pode ajudá-lo melhor em seu processo de aprendizagem.
Qual deve ser minha postura diante da avaliação?
No momento da avaliação, eu não levo em consideração apenas os avanços dos alunos, eu levo em consideração o processo pelo qual esses avanços foram possíveis ou não.
O olhar crítico do professor sobre a própria prática e sobre seu planejamento é que definirá sua boa avaliação.
O bom professor, por exemplo, não considera como aceitável o fato de 80% da turma não conseguir avançar em determinado conteúdo, ele considera sim que fracassou e não foi competente o suficiente para através de suas estratégias e metodologias alcançar suas metas. Ele não culpa o aluno, ele não culpa o sistema, ele avalia-se enquanto avalia o aluno (objeto de sua profissão). E após essa avaliação surgirá um novo planejamento que será benéfico não apenas para o aluno, mas servirá como facilitador do trabalho docente. Avaliar bem é uma porta aberta para o sucesso do professor.
O que fazer? O que não fazer? Como avaliar?
A avaliação é um processo contínuo, é também um processo por vezes complexo que de igual modo não deve ser apenas um preencher de fichas, não deve ser feito em apenas um momento quando sentamos para preencher nossos diários.
É preciso considerar que “[...] não é possível observar os alunos em todos os momentos, nem a memória do professor é suficiente para guardar detalhes importantes de cada um”.
[...] é necessário a elaboração de instrumentos de avaliação confiáveis para um acompanhamento também confiável.”
E, quais esses instrumentos?
Em nossa concepção, faz-se necessário sim a elaboração de relatórios levando em consideração o avanço de cada criança, não em um processo apenas coletivo, mas respeitando suas individualidades e registrando seu progresso, para, a partir desse ponto definir o conceito geral de avaliação sendo o mais justa possível com o aluno e consigo mesmo.
Se a avaliação é algo tão benéfico e não vejo nela aspectos negativos, por qual motivo ela se torna detestável e de menor valia?
Certo é que diante de uma dupla jornada de trabalho que não permite o tempo para maiores leituras e reflexão, de uma sala super lotada que castra o professor em suas observações e da desvalorização profissional que impossibilita a aquisição de novos conhecimentos ao professor por meio da participação em cursos de capacitação e leitura diária e contínua o avaliar de forma precisa e eficaz torna-se quase tarefa impossível.
Ainda assim deixamos claro que a avaliação requer uma postura crítica sobre o trabalho do professor, pois avaliar em um sentido amplo; de verdadeiramente se debruçar sobre a prática e sobre o “objeto” da profissão se torna ainda mais difícil, ainda mais complexo, ainda mais ineficaz quando o professor desconsidera essa prática como algo necessário do ponto de vista crítico e metodológico, encarando-o, assim como o planejamento, como uma prática burocrática sem um fim específico que serve apenas para tomar-lhe tempo e cumprir obrigações impostas por terceiros.
A avaliação é positiva, sobre todos os aspectos:
Ela auxilia na melhoria da prática do professor frente a seus alunos, ela estimula o aluno, uma vez que se sente feliz com seu progresso.
Considero o processo de avaliação não como um fim em si mesmo, mas como um olhar do professor sobre a própria prática, olhar esse que o levará ao sucesso profissional e satisfação pessoal.
Gi Barbosa Carvalho

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