quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Não aponte erros, valorize o princípio de saber de seu aluno Texto Reflexivo


Não aponte erros, valorize o princípio de saber de seu aluno Texto Reflexivo

 Quando na segunda semana de aula a professora  entregou, para os alunos de alfabetização, como dever de casa, uma folha de produção de texto muitos pais ficaram indignados...
-As crianças nem sabem juntar sílabas, não sabem ler, mal escrevem o nome. Essa professora é doida?
Fez bem a professora em prosseguir com sua estratégia ainda que desaprovada por muitos pais (alguns deles igualmente professores) fez as recomendações e continuou desenvolvendo seu trabalho.
A garotinha chegou em casa com aquele folha e olhava pra mãe e dizia:
- Mas eu não sei...
A mãe respondia:
- Você não tentou
E ela chorava ...
- E  se eu errar?
- Se errar agora pode arrumar depois.
E conforme ela ia tentando sem saber escrever palavra alguma (com medo de errar) as lágrimas molhavam o papel.Muitos professores apontavam o erro diariamente, e ela já tinha 3 anos de vida escolar. Tinha medo de errar.Mas ela fez sua produção textual desajeitada.
Ficou aquela atividade, borrada, cheia de palavras incompletas  algumas incompreensíveis.
Mas a professora orientou
- Não conte a história para ela escrever , não faça por ela e não diga que ela errou.
No outro dia ela chega em casa feliz.
- Mãe, contei minha história pra os colegas. Eles adoraram.
Pensar que não se compreendia uma linha.

Uma semana depois ela já formava algumas frases, meio incompletas, um mês depois já fazia o texto de uma folha serrando as sílabas complexas.

Dois meses depois ela pede:
- Mãe, fala ai a palavra maravilhoso pra eu saber como escreve!
- A mãe soletra:
- MA-RA-VI-LHO-SO
Ao quea  criança diz toda serelepe.
- Um M com um A, um R com um A um LHO - e grita- Mãe eu tô ficando boa nesse negócio de LH.
Resultado...
Três meses depois ela chega com a folha de produção de texto feliz da vida e não pede ajuda para fazer... Senta na mesa, começa a escrever e diz ao fim.
- Mãe, acabei, vou contar pra vc ouvir...
Lê, escreve e brinca de salada de fruta com os irmãos.

Moral da História: Se você é um bom professor e tem segurança do que está desenvolvendo em sala de aula , não se preocupe nem lamente pelas críticas, siga a diante e colha os frutos.

PS: Isso ninguém me contou, não é apenas um texto para refletir, é relato do que aconteceu com minha filha esse ano. Vivi, posso falar sobre isso com propriedade.

Não aponte erros, valorize o princípio de saber de seu aluno.
Gi Barbosa Carvalho

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