SAPO AGARRADO À URNA
—Ypiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
—Que alvoroço é esse?
—Por favor, mesário, vá ver o que está acontecendo lá na fila.
—Ypiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
—Que alvoroço é esse?
—Por favor, mesário, vá ver o que está acontecendo lá na fila.
—Yupiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
—Senhor sapo! Que escarcéu é esse? Você está numa eleição. Tem que ter silêncio!
—O próximo da fila!
—Pode ir, sapo, mas comporte-se.
—Ele não sabe.
—Não sabe o quê?
—Comportar-se.
—Quem é a senhorita? Por acaso o conhece?
—Meu nome é Sapabela. Eu o conheço sim, e muito bem.
Na sala de votação.
—Ainda não terminou, senhor...? Deixe me verificar aqui... Senhor Rospo. Ainda está votando?
—Já votei faz tempo.
—Então, por que permanece na cabine?
—Pronto, já sairei. Estava pensando: este deve ser o mais longo momento na vida de um cidadão...
—Muito bem, já pensou, agora, por favor, deixe a urna eletrônica.
—Não posso.
—Como assim, não pode?
—Estou agarrado à ela.
—Estou vendo, mas, solte-a.
—Este é um abraço simbólico.
—“Malucos também voltam...”
—Isso não é maluquice, é um gesto simbólico. Não basta voltar em apenas um minuto. Tem que se agarrar a esse momento, que deverá ser longo, durar quatro anos... Ao se agarrar à urna, você está sendo fiel ao seu voto durante o tempo de gestão do seu candidato.
—Pare com isso, senhor Rospo! A maioria logo esquece em quem votou...
—O ato de votar dura quatro anos, pois você deverá fiscalizar... Por isso digo para a minha amiga Sapabela, nos próximos anos terei duas profissões altruístas...
—Sapo, estamos perdendo tempo.
—Mas não estou fazendo promessas, senhor, e muito menos promessas mirabolantes. Estou falando de algo objetivo, concreto e sábio.
—Muito bem, quer terminar o seu discurso? Ou devo, gentilmente, chamar o segurança?
—Isso é o que mais precisamos: Segurança. Mas, como eu dizia... Tenho a partir de hoje, duas profissões voluntárias: cobrador e vigilante. Tomarei conta do meu candidato, irei fiscalizá-lo durante quatro anos, a cada dia.
—Muito bem, isso é um digno exemplo, mas, e se o seu candidato perder?
—Fiscalizarei o outro, aquele que ganhar...
—Gostei, Senhor Rospo, mas agora, tem uma fila enorme esperando pra votar. Felicidades.
—Yupíiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
—Não acredito!
—Demorou, Rospo! Eu sou a próxima.
—Estarei lá fora esperando, Sapabela. Mas não se esqueça, agarre-se à urna.
MV
—Senhor sapo! Que escarcéu é esse? Você está numa eleição. Tem que ter silêncio!
—O próximo da fila!
—Pode ir, sapo, mas comporte-se.
—Ele não sabe.
—Não sabe o quê?
—Comportar-se.
—Quem é a senhorita? Por acaso o conhece?
—Meu nome é Sapabela. Eu o conheço sim, e muito bem.
Na sala de votação.
—Ainda não terminou, senhor...? Deixe me verificar aqui... Senhor Rospo. Ainda está votando?
—Já votei faz tempo.
—Então, por que permanece na cabine?
—Pronto, já sairei. Estava pensando: este deve ser o mais longo momento na vida de um cidadão...
—Muito bem, já pensou, agora, por favor, deixe a urna eletrônica.
—Não posso.
—Como assim, não pode?
—Estou agarrado à ela.
—Estou vendo, mas, solte-a.
—Este é um abraço simbólico.
—“Malucos também voltam...”
—Isso não é maluquice, é um gesto simbólico. Não basta voltar em apenas um minuto. Tem que se agarrar a esse momento, que deverá ser longo, durar quatro anos... Ao se agarrar à urna, você está sendo fiel ao seu voto durante o tempo de gestão do seu candidato.
—Pare com isso, senhor Rospo! A maioria logo esquece em quem votou...
—O ato de votar dura quatro anos, pois você deverá fiscalizar... Por isso digo para a minha amiga Sapabela, nos próximos anos terei duas profissões altruístas...
—Sapo, estamos perdendo tempo.
—Mas não estou fazendo promessas, senhor, e muito menos promessas mirabolantes. Estou falando de algo objetivo, concreto e sábio.
—Muito bem, quer terminar o seu discurso? Ou devo, gentilmente, chamar o segurança?
—Isso é o que mais precisamos: Segurança. Mas, como eu dizia... Tenho a partir de hoje, duas profissões voluntárias: cobrador e vigilante. Tomarei conta do meu candidato, irei fiscalizá-lo durante quatro anos, a cada dia.
—Muito bem, isso é um digno exemplo, mas, e se o seu candidato perder?
—Fiscalizarei o outro, aquele que ganhar...
—Gostei, Senhor Rospo, mas agora, tem uma fila enorme esperando pra votar. Felicidades.
—Yupíiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
—Não acredito!
—Demorou, Rospo! Eu sou a próxima.
—Estarei lá fora esperando, Sapabela. Mas não se esqueça, agarre-se à urna.
MV
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