sábado, 27 de outubro de 2012

(Sl 13) 1 - Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o teu rosto?

2 - Até quando estarei eu relutando dentro em minha alma, com tristeza no coração cada dia? até quando se erguerá contra mim o meu inimigo?

3 - atenta para mim, responde-me, Senhor Deus meu! Ilumina-me os olhos, para que eu não durma o sono da morte;

4 - para que não diga o meu inimigo; Prevaleci contra ele; e não se regozijem os meus adversários, vindo eu a vacilar.

5 - No tocante a mim, confio na tua graça, regozije-se o meu coração no teu salvamento. 6 - Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem.

O autor desse salmo demonstra claramente alguns sentimentos que estavam presentes em seu coração quando escreveu essa palavra.

Ele sentia IMPACIÊNCIA, ANSIEDADE, REVOLTA, DEPRESSÃO. O motivo disso era que ele estava clamando ao Senhor, mas não estava tendo resposta. Sentia como se Deus tivesse se esquecido dele (v1), como se Deus estivesse virando o Seu rosto (v1).

Estava passando por uma situação difícil e não entendia porque Deus não agia diante de seu problema, uma vez que ele era um fiel e clamava ao Deus vivo.

O salmista, que sentiu na carne essa experiência, nos revela pelo menos 3 atitudes para tomarmos nessa situação.

NÃO ABANDONAR O CLAMOR, E NÃO DESISTIR

(v.3) "Atenta para mim, responde-me, Senhor Deus meu! ilumina-me os olhos, para que eu não durma o sono da morte"

Mesmo com o coração cheio de impaciência, ansiedade e até de revolta, ele tem um coisa clara em sua mente:“não pode parar de orar”, não pode desistir de continuar clamando.

Diferente de muitos de nós, que paramos de orar e desistimos com facilidade diante das situação nas quais não temos resposta imediata, o salmista continua a crer, continua a chamar Deus de “Meu Deus” e insiste em sua oração.É como o exemplo de Daniel que orou 21 dias insistentemente até conseguir sua resposta.

NÃO ABANDONAR A CONFIANÇA

(v.5) "No tocante a mim, confio na tua graça, regozije-se o meu coração no teu salvamento"

Ele tem uma visão firme a cerca dele mesmo: “no tocante a mim, confio no Senhor”. Somos capazes de confiar em Deus mesmo quando a situação ao nosso redor é adversa? Ou confiamos nele apenas quando estamos debaixo da mais absoluta prosperidade e bonança.

Mesmo diante a aparente ausência de Deus, o salmista continua a confiar nEle, mesmo que a intervenção de Deus ainda não tenha acontecido, ele confiava no seu Deus.

NÃO ABANDONAR O LOUVOR

(v.6) "Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem"
Perceba que mesmo tendo começado o salmo com inquietações e queixas, após refletir, o autor termina louvando o Senhor.

1. Quando Abraão subia o Monte Moriá para sacrificar a Isaque.

Depois de enfrentar toda aquela situação por causa de resoluções humanas (Hagar e Ismael) e de esperar anelosamente por um filho seu e de Sara, Deus lhe diz: Sacrifica-Me a Isaque! O que não passou pela cabeça de Abraão enquanto subia o Monte Moriá? Qual a sua reação diante do silêncio de Deus?

Deus não ficou tagarelando com Abraão! Olha Abraão, Eu lhe pedi a Isaque, Ele apenas disse: Quero que vc sacrifique a Isaque!

2. Quando Sansão perdeu a sua força.

O que passou pela cabeça de Sansão enquanto fazia girar a pedra de moinho, sem os cabelos (símbolo de sua consagração a Deus), sem a força sobrenatural de Deus, sem a luz dos olhos (vazaram os seus olhos) e sendo escarnecido pelo inimigo? O que pensava Sansão diante do silêncio de Deus?

3. Quando Jesus vivenciou o Calvário.

No Getsêmani, Ele derramou gotas de sangue; no caminho, Ele foi ajudado a carregar a cruz por Simão, o cireneu; na cruz, Ele exclamou: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? O que se passava na vida de Jesus diante do silêncio de Deus!

Nestes três episódios, o que podemos constatar, à luz das Sagradas Escrituras?

Deus abandonou a Abraão, Sansão e a Jesus? Deus os entregou à própria sorte? Deus virou as costas para eles?

Não, terminantemente não! Glória a Deus! Ele nunca desamparou a um necessitado! Qualquer necessitado pode exclamar: Deus me ouve, quando eu clamei em minha angústia, Ele me ouviu e não me desamparou!

O Senhor veio em meu socorro! Ele enxugou as minhas lágrimas! E me carregou em seus braços! Acalentou-me em Seu colo! Embalou-me na noite de insônia! Ele me consolou! Eu recebi o seu amor! Uma enorme e eterna porção do Seu excelso amor eterno! Por isto, eu posso dizer a plenos pulmões, não há ninguém como o Senhor!

Ele é o meu Deus! Que se importa com a minha alma! Ele nunca me desamparou! Confio em Deus! Confiarei para sempre! Foi bom ter sido afligido! Pois conheci o Seu amor! Ele é tão Bom!

Ele é abençoador! Ele é Único! ele é Amigo Verdadeiro! Por isto, eu o Amo! Cada vez mais e mais! Eu nunca quero esquecer, que Deus é Fiel!

Lições

1. Quando Deus estava em silêncio nestes 3 episódios, era porque Ele estava trabalhando em prol dos Seus!

2. Na hora em que Abraão ia sacrificar a Isaque, ouviu o anjo bradando dos céus: Não faças tal coisa, pois o Senhor já proveu para Si um cordeiro!

3. Quando Sansão foi conduzido ao templo de Dagom para ser ridicularizado, Deus lhe concedeu forças e mais foi o número de inimigos que Sansão matou em sua morte do que em toda a sua vida!

4. Quando Jesus morreu; quando Ele chegou ao final de tudo, Deus preparou uma surpresa maravilhosa e inesquecível: A morte não tragou Jesus, mas Deus o ressuscitou dentre os mortos!

5. " Porque desde a antigüidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti, que opera a favor daquele que por ele espera" ( Is 64:4).

6. Deus está em silêncio para com você, porque Ele está trabalhando em seu favor! Quanto maior for o silêncio, maior será a Obra que Ele fará em prol de sua vida!

7. O que se deve fazer diante do silêncio de Deus?

8. " Espera no Senhor, e segue o seu caminho, e Ele te exaltará para herdares a terra; tu o verás quando os ímpios forem exterminados" (Sl 37:34).

9. Consagre-se ao Senhor, chegue bem perto d‘Ele, segue o caminho que Ele lhe mostra e aguarda, pois Deus lhe exaltará!

A única vez que Ele orou por si próprio, o Pai lhe disse não! Deus pode nos dizer não! De muitas maneiras, porém a forma mais eloqüente de Deus dizer não é ficando em silêncio.

O silêncio de Deus leva-nos a analisar o nosso pedido e tomar uma das três opções: desistir, persistir ou descansar em sua soberania (que é uma opção intermediária) ou aguardar a Vontade de Deus, seja ela qual for.

Jesus sempre teve suas orações atendidas pelo Pai quando orava em favor de alguém, mas a única vez que a Bíblia registra Jesus orando em seu próprio favor, o Pai fica em silêncio, e a aflição do Filho se torna ainda mais dolorosa.

No Getsêmani, momentos antes de sua prisão, julgamento e crucificação, Ele procurou a ajuda dos amigos (Pedro, Tiago e João).

Queria que o ajudassem em sua vigília, mas não obteve! Procurou também ouvir a voz do Pai, mas lhe foi negada, pois Ele estava procurando entender o que já sabia (ninguém tira a minha vida, mas Eu voluntariamente a dou...

João 10:18). Não que Jesus tenha sido ignorante acerca de sua missão, mas humanamente sentiu aflição, então buscou a confirmação do Pai, ou seja: é esse o momento? Chegou a hora? Há como passar essa dor?

Por três vezes Jesus orou (Mt 26: versos 39, 42, 44) pediu, persistiu e se entregou: “faça-se a tua vontade”, submetendo-se totalmente à vontade do Pai.

Em nenhuma das vezes o Pai lhe disse algo, mas ficou muito claro que o silêncio de Deus foi um não (não passarei de você esse cálice) isto é: Jesus deveria enfrentar sozinho toda crueldade humana na cruz.

Como Pastor, tenho observado que as pessoas querem uma resposta imediata de Deus para seus problemas, sejam eles grandes ou insignificantes.

E o silêncio de Deus tem sido para alguns um desconsolo ou até mesmo um tormento, pois as ansiedades humanas estão cada vez mais afloradas e a sensibilidade de espírito mais escassa.

O Mestre Jesus nos ensina que a única opção que temos, diante do silêncio de Deus, é nos submeter à sua soberana vontade, sem questionamento, nem murmurações, pois não sabemos o que Ele fará de nós e muito menos o que Ele fará por nós!

O não que o Pai deu ao Filho em forma silenciosa, e a submissão do Filho, entregando-se à crucificação, ecoa até os dias de hoje como um grito de amor pelos homens pecadores! (Rm 5:8: Mas Deus prova o seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores).

Diante do silêncio do Pai, devemos nos aquietar e saber que Ele é Deus.

Às vezes, podemos ser acometidos pelos mesmos sentimentos que o salmista. Às vezes eles vêm sobre nosso corações quando estamos passando por situação similar, ou seja, estamos orando e até agora não tivemos resposta, estamos passando por uma situação terrível e Deus ainda não interferiu para trazer a salvação, o livramento e a benção.

O salmista passou por uma situação dificílima e, de início, foi tentado a sentir revolta e insatisfação para com Deus, mas tomou atitudes sábias e corretas que o ajudaram a vencer e a continuar firme com o Senhor. Imitando tais atitudes, seremos vitoriosos e cresceremos de gloria em gloria.

Que Deus nos ajude. Amém.




Por: Jânio Santos de Oliveira
livrosdoprofjanioparabaixar.blogspot.com
Assembléia de Deus
Taquara - Duque de Caxias - RJ

Publicado em: 29/12/2011

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